Santa Izabel do Pará - Pará - BR.

Santa Izabel do Pará - Pará - BR.
Cidade metropolitana

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

QUANDO VIM AO MUNDO

 

Quando cheguei ao mundo




No dia 6 de fevereiro de 1960, por volta das 23:45 (segundo a Certidão de Nascimento), nasceu um filho de maria, era o quinto na escala decrescente. Porem com os falecimentos de dois anterior a mim, fique sendo o terceiro vivente.


Segundo minha mãe contava, que Deus a tenha, era um domingo magro de carnaval, nesta noite chovia muito, e a rua Alcindo Cancela com Ferreira Pena estava alagada. As pontes próximas a nossa casa estava quase que encoberta.

As primeiras dores do parto iniciaram depois do jantar, mesmo com a preocupação do meu pai, mamãe dizia está tudo bem, iria passar, pois ainda não estava na hora, tranquilizava-o.

A chuva começou a se intensificar gradativamente. Como nesta época era comum parir um filho na própria casa, visto que ambulância e maternidades eram ainda muito precárias.

A residência estilo bangalô (casa antiga de dois andares), e o quarto do casal ficava nos altos, com vista para a rua... Então com dificuldades e evitando chamar a tenção, a minha tutora subia a escada, e a cada degrau descansava e, olhava para traz, observando se alguém a notava.  Mas logo percebeu que ali havia os dois pequenos filhos (casal) e o marido.

Chegou no quarto e deitou-se na cama de casal, colocando o travesseiro ao lado de sua cabeça virando-se de lado. Achava esta posição mais confortável, pois no fundo sabia que logo um lindo bebe iria surgir.

Logo o patriarca surgiu a porta do quarto e atencioso perguntou se estava tudo bem. Sim, respondeu.

Já passava das 22 horas, lá fora uma chuva torrencial caía sobre as telhas, fazendo com que algumas goteiras surgissem nos cantos do quarto. Não influenciando ou preocupando papai, que tinha como foco a gravida.

Foi neste momento que mamãe chamou o esposo pedindo para que fosse buscar dona Guíta, a parteira da família, morava alguns minutos da lí. Contudo, as fortes chuvas iriam causar um pequeno atraso, com certeza!  E mais ainda, considerando, que o único caminho era sobre as pontes deslizantes, com pouco luz, permitindo com que a água que caía do céu contribuísse com a pouco visibilidade e o perigo de escorregões. Todo cuidado era pouco.

Não era de si esperar. Com chuva e sem parteira o Bebe não quis ficar mais no útero da mãe [...] Mamãe estava sozinha no quatro. As duas crianças estavam proibidas de entrar lá, eram os costumes da família e ordem do pai neste momento.

Então dona Maria já experiente de quatro partos, e com minha ajuda. Nasci...

Quase simultaneamente papai e dona Guíta sobem a escada, numa velocidade incomum, causando espanto nas crianças, que ouviam inocentemente todos os movimentos do quarto onde estavam. Mas certos e conscientes da chegada do novo irmãozinho.

Ao adentrarem, ambos viram a criança caída do lado cama, próximo ao penico, que para minha felicidade e sorte, estava vazio.

Imediatamente a parteira pegou a criança e viu não haver nenhum arranhão, apenas o cordão umbilical passava pelo meu pescoço, sem me sufocar.

Papai acudiu mamãe que se encontrava desacordada, por alguns minutos, retornando logo e tranquilizando-se com as presenças de ambos.

Era chegada a hora, o relógio marcava 23:50h. e pelos cálculos, descontaram cinco longos minutos, após meu nascimento.

Os olhinhos semiabertos, e pesando 3 Kg e 400 gramas fui abençoado por nossa Senhora de Nazaré, segundo as orações de mamãe, na hora do parto. Quando Eu, minha mãe estávamos sob a luz divina da Mãe de Jesus. Não é à toa  Maria de Nazaré é o nome Delas.