Santa Izabel do Pará - Pará - BR.

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Cidade metropolitana

quinta-feira, 19 de maio de 2022

A CHUVA E O INVERNO AMAZÔNICO

 

A chuva e o Inverno amazônico





A chuva. Não, na verdade, uma tempestade, pouca vista por estas bandas de cá. A ventania numa velocidade de 80 km por hora parecia não ter fim. Haja rezas e orações para todos os santos e para Jesus Cristo. “Meu Deus nos proteja!”, seria a frase mais usual. Enquanto isso, intermináveis minutos se passavam, e pareciam aumentar cada vez mais. O desespero? Sim, mais a chuva também. – “Calma! Não olha para fora”... “Olha o relâmpago!”... “Meu Deus!” “Olha o Trovão!”... “Fecha a porta menino!”... “Desliga a televisão”... “Tira a tomada da geladeira!”. Estas e outras frases com certeza poderia se ouvidas se não fosse os fortes e altos “estalos” no Céu.


Aqui no na Região Norte, mais precisamente, no Pará as chuvas não dão tréguas durante o chamado “inverno amazônico”. Média de seis meses de chuvas e tempestades são recorrentes. Quando dá início em janeiro e só começa a cessar nos meados do segundo semestre.


Logo nos três primeiros meses do ano, as fortes chuvas causam muitos transtornos, desespero, perdas e prejuízo materiais. São casas alagadas consequentemente com perdas de móveis e eletrodomésticos, desmoronamento de terras, aberturas de crateras, quedas de árvores entre outras tantas que só presenciando para sentir na pele as cenas inusitadas que ocorre nesta época.


Por outro lado, as chuvas trazem prosperidade aos campos, nos pastos, na lavoura que são consumidas pela água para a nutrição necessária. Porém! Há discordâncias, e eu entendo muito bem. Em se tratando de enchentes, principalmente, nos lugares próximos aos rios, muita água já é demais, podendo, ou quase sempre destruindo as lavouras e matando por afogamento muitos animais que ficam vulneráveis com tal situação.

Experiencia própria

Em 2019 tive minha casa invadida pelas águas, algo nunca visto durante os 16 anos que residi ali. Como citei anteriormente, os meses de janeiro, fevereiro e março são os meses com maior volume de água vindo do céu. Época em que os rios transbordam e a água em excesso invadem casas, pontes e ruas. Mas nesse ano foi diferente. O nível d’água atingiu uma altura suficiente par deixar muitas residências submersas.

Do segundo andar

Como minha casa era de dois pavimentos, tive a sorte de me resguardar na parte de cima, e através da escada, olhar abaixo, podia ver com muita tristeza os objetos flutuando, como cadeiras mesa, botijão de gás, fogão. Com exceção da geladeira que deu tempo de colocá-la em um local mais alto, através de pilhas de tijolos.  

Três dias

Este transtorno teve a duração de três incansáveis dias, mesmo ocorrendo, no espaço de três horas, as consequências duravam o dia todo. Pois tentar recolocar as coisas em seus lugares, novamente, exigia limpeza e muita limpeza, visto que a água salobra, que é a mistura da água salgada (mar), com água adoce (rios) e misturadas com a argila deixa uma crosta e cheiro irreparáveis. Principalmente quando o assoalho é de tábuas.

Passados os dias de sufoco fui analisar o que presta e o que vai para o lixo, que meus “danos” nem chegaram perto das notícias vistas através dos noticiários. Tantas famílias tristes sem saber como amenizar os prejuízos provocados pelas enchentes.   

      

Tito Miranda