A chuva e o Inverno amazônico
A chuva. Não, na
verdade, uma tempestade, pouca vista por estas bandas de cá. A ventania numa
velocidade de 80 km por hora parecia não ter fim. Haja rezas e orações para
todos os santos e para Jesus Cristo. “Meu Deus nos proteja!”, seria a frase
mais usual. Enquanto isso, intermináveis minutos se passavam, e pareciam
aumentar cada vez mais. O desespero? Sim, mais a chuva também. – “Calma! Não
olha para fora”... “Olha o relâmpago!”... “Meu Deus!” “Olha o Trovão!”... “Fecha
a porta menino!”... “Desliga a televisão”... “Tira a tomada da geladeira!”.
Estas e outras frases com certeza poderia se ouvidas se não fosse os fortes e
altos “estalos” no Céu.
Aqui no na Região Norte,
mais precisamente, no Pará as chuvas não dão tréguas durante o chamado “inverno
amazônico”. Média de seis meses de chuvas e tempestades são recorrentes. Quando
dá início em janeiro e só começa a cessar nos meados do segundo semestre.
Logo nos três primeiros
meses do ano, as fortes chuvas causam muitos transtornos, desespero, perdas e prejuízo
materiais. São casas alagadas consequentemente com perdas de móveis e eletrodomésticos,
desmoronamento de terras, aberturas de crateras, quedas de árvores entre outras
tantas que só presenciando para sentir na pele as cenas inusitadas que ocorre
nesta época.
Por outro lado, as
chuvas trazem prosperidade aos campos, nos pastos, na lavoura que são
consumidas pela água para a nutrição necessária. Porém! Há discordâncias, e eu
entendo muito bem. Em se tratando de enchentes, principalmente, nos lugares próximos
aos rios, muita água já é demais, podendo, ou quase sempre destruindo as
lavouras e matando por afogamento muitos animais que ficam vulneráveis com tal
situação.
Experiencia própria
Em 2019 tive minha casa
invadida pelas águas, algo nunca visto durante os 16 anos que residi ali. Como citei
anteriormente, os meses de janeiro, fevereiro e março são os meses com maior
volume de água vindo do céu. Época em que os rios transbordam e a água em
excesso invadem casas, pontes e ruas. Mas nesse ano foi diferente. O nível d’água
atingiu uma altura suficiente par deixar muitas residências submersas.
Do segundo andar
Como minha casa era de
dois pavimentos, tive a sorte de me resguardar na parte de cima, e através da escada,
olhar abaixo, podia ver com muita tristeza os objetos flutuando, como cadeiras
mesa, botijão de gás, fogão. Com exceção da geladeira que deu tempo de colocá-la
em um local mais alto, através de pilhas de tijolos.
Três dias
Este transtorno teve a
duração de três incansáveis dias, mesmo ocorrendo, no espaço de três horas, as consequências
duravam o dia todo. Pois tentar recolocar as coisas em seus lugares, novamente,
exigia limpeza e muita limpeza, visto que a água salobra, que é a mistura da
água salgada (mar), com água adoce (rios) e misturadas com a argila deixa uma crosta
e cheiro irreparáveis. Principalmente quando o assoalho é de tábuas.
Passados os dias de
sufoco fui analisar o que presta e o que vai para o lixo, que meus “danos” nem
chegaram perto das notícias vistas através dos noticiários. Tantas famílias tristes
sem saber como amenizar os prejuízos provocados pelas enchentes.
Tito Miranda
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