I Encontro dos Prefeitos do Polo
da Rota do Açaí do Nordeste Paraense
Realizado na última terça-feira
(26) de outubro no auditório (1ª andar) da FAEPA, com inicio às 14hs. Neste
primeiro Encontro, o objetivo do Comitê Gestor foi expor as diretrizes do Polo
da Rota do Açaí para aproximadamente 40 pessoas, entre gestores municipais,
representantes de entidades civis, professores, agricultores e convidados,
todos respeitando os protocolos do Ministério da Saúde, como: uso de álcool em
gel, distanciamento e uso obrigatório de mascara.
Foto: Tito Mirranda |
A mesa de abertura contou com a
participação das autoridades: Dr. Carlos Xavier - Presidente da Federação da
Agricultura do Estado do Pará, que em sua fala, ressaltou a importância das
entidades rurais envolvidas em promover ações para a sustentação do agronegócio
paraense, e com isso, desenvolver e valorizar cada pedaço de terra. “O valor do
trabalho coletivo faz desta região uma das mais ricas do Brasil”; Aline Dias – SUDAM;
Dr.Walkymário de Paulo Lemos - EMBRAPA; Lucas Vieira - SEDAP; Rosivaldo
Posidônio – EMATER e Rosa Maria Alexandre – Coordenadora do evento.
A Engenheira Agrônoma Márcia de
Pádua Bastos Tagor e titular da Rota palestrou sobre o tema: “Indicação
Geográfica ou Marca Coletiva do Nordeste Paraense para o Açaí”. Impactando no
reconhecimento, valorização, assim com a proteção com foco no Desenvolvimento
Sustentável.
Marcia destacou a “AÍRA”, a
primeira Marca Coletiva paraense registrada no Instituto Nacional da
Propriedade Industrial – INPI, conforme a Lei nº 9.279/96. AÍRA é da Associação
das Artesãs Ribeirinhas de Santarém (Asarisan), criada em 29 de janeiro de
2014, com o artesanato de grafismos nas cuias de Santarém. A Engenheira ressaltando
o tempo de uso é de 10 anos, podendo ser renovada indefinidamente através de
pagamento de taxas específicas.
Em sua apresentação a Agrônoma
enfatizou a Indicação Geográfica e a Marca Coletiva como fatores indispensáveis
para a Valorização do patrimônio cultural, Reconhecimento de qualidade
diferenciada do produto ou serviço, Preservação da tradição e identidade
cultural, Proteção do conhecimento local, entre outro, como Garantia ao
consumidor da procedência e qualidade, Desenvolvimento socioeconômico e
ambiental da região e incremento do turismo.
Também citou marcas genuinamente
paraenses recentemente registradas. Como: O Cacau - Tomé-Açu BR/PA Indicação de
Procedência 29/01/2019. Queijo - Marajó BR/PA Indicação de Procedência
23/03/2021. Farinha - Bragança BR/PA Indicação de Procedência 18/05/2021 e
Terra Indígena Andirá-Marau BR/AM/PA Waraná (guaraná nativo) e pães de waraná
(bastão de guaraná) Denominação de Origem 20/10/202.
A Marca Coletiva é aquela destinada a
identificar e distinguir produtos ou serviços provenientes de membros de pessoa
jurídica representativa de coletividades, como associações, sindicatos,
cooperativas, entre outros. Destacou a Engenheira.
O segundo palestrante, o Engenheiro
Agrônomo Prof. Ricardo Cordeiro, fez uma explanação sobre a adubação e nutrição
da cultura do açaí. “A importância do açaí cultivado em terra firme para o
Estado do Pará, vem a cada ano, aumenta sua área plantada. Visando ter o fruto
(açaí), não só durante a safra, mas também na entressafra. O que precisamos
saber para que isso ocorra? A EMBRAPA desenvolveu um grande projeto, através do
pesquisador Dr. Tomé que desenvolveu e trouxe para gente o BRS-Paidégua. porque
essa planta demanda de nutrientes e água, como é o habitat natural do açaí, o
açaí das ilhas que recebe o fluxo das marés, enchente-vazante, onde recebe esta
água como nutrientes todos os dias”. Continuou. “Oque a gente faz na terra
firme é tentar copiar da natureza o que faz: dosando água e nutrientes de uma
forma equilibrada. Mas para que isso ocorra, a gente precisa entender um pouco
de solo, ter resultado de análise que possa corrigir, de forma adequada, este
solo para o plantio e conhecer, pelo menos, um pouco a fisiologia da planta,
como por exemplo; entender qual é a folha media dela, pois quando analisamos
essa folha média do açaizeiro, agente consegue ter a visão nutricional da mesma”.
Detalhou.
“Porque cada folha reflete todo
metabolismo na produção dos cachos de açaí. Em suma, nós conseguimos
possibilitar condições que esta planta consiga se reproduzir na safra e na entre
safra, oportunizando tecnologia para o produtor familiar, tanto para o médio,
pequeno e grande produtor de açaí para atender a demanda do nosso Estado, e que
possamos alavancar cada vez mais este fruto que vem aquecendo este mercado e
possibilitando mais renda para as famílias e para nossa Região”. Finalizou.
O Prof. Marco Antônio falou sobre
APLs e Desenvolvimento Sustentável, abordando a Exclusão social e a pobreza,
entre as regiões mais desenvolvidas, como exemplo, o Pará que abriga duas das
maiores hidrelétricas do mundo: Belo Monte (3ª) e Tucuruí (5ª), e a maior
província mineral do planeta (Carajás). Sendo o maior produtor brasileiro de
palma, cacau e mandioca, possuindo o 11º maior PIB entre os estados
brasileiros.
“Por outro lado, temos o 24º IDH
(Índice de Desenvolvimento Humano) entre as 27 unidades federativas e o 20º PIB
per capita (55% da média nacional). Estamos em 26º lugar em educação (IDEB), e
o 18º lugar em saúde (Macroplan)”. Ressaltou a diferencia de uma região em
desenvolvida tem o valor qualitativo no cenário econômico, social e ambiental,
ao contrário de uma região em crescimento, tem somente incremento quantitativo
no âmbito econômico. Finalizou.
A Senhora Rosa Maria Alexandre
presidiu o I Encontro de Prefeitos do Polo do Nordeste Paraense, satisfeita com
o resultado falou com a reportagem do Jornal Cabano.
“É uma grande satisfação fazer
parte deste evento que marca a continuidade do nosso grupo de trabalho, de
pesquisa e projetos prioritários”. Continuou. “foi um dia bem atípico (se
referindo a manifestação dos caminhoneiros na Br 316), mas com a vontade de
Deus podemos realizar este encontro, trazer todas estas pessoas aqui, que
vieram em busca de conhecimentos através de pesquisas e muitas informações. E esses
elementos nos remetem a trabalhar com mais segurança, mais propriedade, e isto
é muito importante para o fortalecimento da cadeia produtiva do açaí e também
pelas nossas relações institucionais”, pontuou.
“Aproveito para agradecer a
família FAEPA, na pessoa do Dr. Carlos Xavier, que nos acolheu no momento em
que não sabíamos como contornar o problema ocorrido na SUDAM (se referindo à
pane no sistema de comunicação do referido prédio, na sexta-feira (22) em
decorrência das fortes chuvas, local onde seria o evento). E hoje, mesmo com o
imprevisto da interdição da rodovia foi possível realizar este encontro com
pessoas que estão interessadas em mudar uma realidade, em criar oportunidades,
e assim, construir um mundo melhor”.
- O Comitê Gestor do Polo da Rota
do Açaí do Nordeste paraense é uma articulação das ROTAS DE INTEGRAÇÃO NACIONAL,
que são redes de arranjos Produtivos Locais (APL), associadas a cadeias
produtivas estratégicas capazes de promover a inclusão produtiva e o
desenvolvimento sustentável das regiões brasileiras, priorizadas pelo Plano
Nacional de Desenvolvimento Regional.
- As rotas promovem a coordenação
de ações públicas e privadas em polos selecionados, mediante o compartilhamento
de informações e o aproveitamento dos esforços coletivos, a fim de propiciar a
inovação, diferenciação, a competitividade e a sustentabilidade dos
empreendimentos associados, contribuindo assim, para a inclusão produtiva e o
desenvolvimento regional.
Agradecimentos:
FEDERAÇÃO DA AGRICULTURA – Dr.
Carlos Xavier (presidente)
ONG. UCAMEPA – Nilze Rodrigues (UCAMEPA).
POLPANORTE AÇAÍ –
ENGENHEIRO AGRÔNOMO – Profº e Dr. Ricardo Cordeiro
SUDAM – Aline Dias (Coordenadora de
Projetos Especiais)
Alexandre Galvão – Técnico SEDOP
Celso Pager – Assessor Técnico da Sema
Rosivaldo Posidônio – Diretor Técnico da EMATER
PREFEITO DE Mocajuba (Baixo Tocantins)
Sheila Melo - EMBRAPA
Edson Matoso grande jornalista e um dos ícones da imprensa paraense. Apresentador do programa TV Grão Pará canal 14. Presença marcante no evento.
Javier Marcelo Cahuana –
Presidente da Associação dos empresários do Pará – AEPA.
Nadia da Luz – Representante da
Comissão Nacional de catadores de Materiais Recicláveis do Estado do Pará.
Defendendo a utilização do descarte incorreta do açaí.
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