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Igreja Matriz - Vigia. |
Localizada na zona do Salgado, a cidade de Vigia de Nazaré está a 97 km da capital Paraense. Segundo IBGE (2015) a população era de 51.173; em 2017 subiu para 52.216. No último censo registrado em 2019 chega aos 53.686 habitantes, distribuídos em uma área de 401,589 km². A mais antiga do Pará não teve um crescimento expressivo, mostra que a cidade “que não dorme” teve um aumentou populacional de apenas 5%. Em relação ao censo de 2015.
Segundo conta a história, Vigia teve sua criação em 06 de janeiro de 1616 com a chegada dos portugueses, quando aqui, encontraram a tribo indígena, Tupinambás que ocupavam a aldeia de nome Uruitá. Logo os portugueses com a exploração e o extrativismo dos recursos naturais, como madeira (Pau Brasil), minérios (ouro, pedras preciosas) entre outros. A fim de conter o contrabando provocado por outros povos, como franceses, espanhol, criou-se um Posto Fiscal para vigiar o local, daí, surgiu o nome de Vigia. Em 1698 passou a Vila de Vigia. Só em 1854 recebeu a categoria de Cidade. Vale ressaltar que em se tratando de divisão territorial, o município foi constituído de quatro (4) distritos: Vigia, Colares, Porto Salvo e Santo Antônio do Tauá, além de São Caetano de Odivelas. O desmembramento só ocorreu em 1961, com exceção de Porto Salvo. (Dados do IBGE)
Sobre Vigia de Nazaré
O Aniversário da Vigia... Pode-se dizer, com todas as letras, é o primeiro acontecimento mais importante do ano, fazendo parte do calendário cívico- cultural do Município. Neste, 2020, a cidade mais antiga da Amazônia completou 404 anos de criação. Apesar das contradições, Vigia guarda, uma história repleta de fatos curiosos, polêmicos, complexos e, por que não dizer, sangrentos. São retratos de um Pará que começou por aqui. Com guerras, escravidão, exploração, mortes... Muitas mortes! Além de outros feitos marcando uma geração de ódio e derramamento de sangue.
Entretanto a cidade guarda um legado deixado pelos escravos negros africanos, portugueses e os Tupinambás, estes seus primeiros habitantes. Aonde preservamos a culinária, religiosidade e o folclore. Assim, nos deliciamos das iguarias, como: A maniçoba, o tacacá, o pato no tucupi, caruru, tacacá, chibé, o bolinho de gurijuba, a pratiqueira assada na brasa, ou o cação assado na folha da bananeira podendo ser acompanhado com o saboroso açaí... E a fé? Esta nunca faltou ao povo vigiense. As romarias, festividades, Círio de Nazaré são os alimentadores da alma. Depois tem o carimbó, as mulheres com as saias rodadas rodeiam seus pares dançando com o “braço pra cima, braço pra baixo, agora, só falta bater a mão, batendo também o pé”. Outro evento cultural que alavancou nos últimos 20 anos é o carnaval de rua, considerado o maior do Norte do Pará. Entre os cinco dias de folia, a segunda-feira gorda é a mais concorrida: Os Blocos “As Virgienses” e os “Cabrasurdos” são homens vestidos de mulher e as mulheres vestidas de homem, respectivamente. Para finalizar, não poderia de deixar de citar nossos monumentos e imponentes prédios históricos, cuja arquitetura barroca se destaca em meios aos contemporâneos: A Igreja Madre de Deus, “Matriz” tombada pelo IPHAN, munida de 22 colunas laterais de origem toscana (século XVIII); A Capela do Senhor dos Passos, também chamada “Igreja de Pedra” também do século XVIII sua construção nunca foi concluída. Além do Trem de Guerra, Poço dos jesuítas, Paço Municipal, Museu Municipal entre outros guardam um pouquinho da história dessa cidade que amamos tanto.