Os santos festeiros/sem festa
Sem dúvida nenhuma, este foi o mês junino mais rápido que já
passei em toda a minha vida.
Parece que foi ontem, dia 1º de junho, uma segunda-feira com
pouca movimentação na cidade, muito se ouvia falar no coronavírus, nas pessoas
infectadas, e as que morreram ou estavam em situação preocupantes.
E chegou Corpus Christi (5), pelas ruas a mudança foi
radical. Não houve a procissão com milhares de pessoas, o que se viu... O Padre,
conduzindo o Santíssimo em cima de um carro aberto para não deixar despercebido
este dia tão venerado pelos cristãos filho-de-Deus. A cada passagem pelas ruas
da cidade, as famílias reunidas, em frente de suas casas, reverenciavam o Corpo
de Jesus Vivo. Por mais um ano, não foi tão diferente, a fé permaneceu a mesma.
E chegou a véspera do Santo casamenteiro, “Viva Santo Antônio...
Viva!” logo lembrei a grande e tradicional festa dos namorados (antiga Bertoldo
Nunes), tão esperada pelos casais apaixonados. Dia dos namorados não rolou!
Precisa dizer, “por causa do Covid-19”. Como todos os outros eventos estão
sendo cancelados devido a esta pandemia do Coronavírus. E até onde vai, ou
melhor, quando isso vai acabar e todos voltarmos à vida normalmente, digo, sem
usar máscaras.
O mês de junho tem também São João, o mais festejado, com
todo respeito pelos outros, porém a fogueira não acendeu, sem quadrilha junina
formada por alunos nas escolas, as misses caipiras os arraiais e o Arraiá do
Espaço Cultural, muito menos os campeonatos aconteceram, cujas nossas
tradicionais quadrilhas participam, representando muito bem, diga-se de
passagem, nosso Município. Tudo cancelado!
“Olha pro céu meu amor, veja como ele está lindo...”,
certamente! As noites juninas foram realmente lindas, enluaradas, sem contar
com uma frente fria, característica da época.
No final, junho aponta São Pedro, o Pescador de Jesus Cristo.
E por que não dizer o Padroeiro dos pescadores, é 29, neste Dia homenageiam seu
protetor com uma linda e emocionante Procissão fluvial sobre as águas do Rio
Guajará-Miri. Uma festa onde reúne o religioso e o profano na cidade de Vigia
de Nazaré, sob a responsabilidade da Colônia – Z3. “Devido coronavírus, a
diretoria da Colônia de Vigia se reuniu com o Corpo de Bombeiros e o Promotor
Público chegando a uma conclusão: Como a procissão atrai muito gente e com isso
há aglomeração, além dos barcos, a quantidade de pessoas seja impossível
controlar. Então por este e outros motivos resolvemos cancelar a procissão
fluvial”. Explicou o secretário da Colônia, Sr. Lucinaldo.
“Não realizamos a programação das tradicionais procissões,
tanto a terrestre quanto a fluvial, infelizmente! Mas realizamos, enfrente a o
prédio da Colônia, uma singela homenagem ao nosso Padroeiro. Doação de prêmios
e distribuição de mingau para as famílias dos nossos pescadores. A comunidade
entendeu e nos parabenizou pela conscientização de realizarmos somente o
oportuno nesta data tão importante à sociedade vigiense, disse o presidente
Ronaldo Favacho. Também tivemos as queimas de fogos às seis da manhã, meio dia
e meia noite para manter a tradição”, finalizou.
Então, com a ausência desses eventos o mês parece ter passado
mais rápido, no entanto as lagunas foram preenchidas pelas dezenas de centenas
de “lives” produzidas dentro de residências respeitando as orientações exigidas
pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Muitas destas filmagens usaram da
criatividade, tentando passar o espírito alegre das festas juninas. Momentos
estes vividos e presenciados incessantemente, em anos anteriores.
Peço a Deus para o próximo São João, São Pedro e Santo
Antônio venha revitalizar tudo que não podemos realizar neste. Amém!
Texto: Tito Miranda