Círio e Carnaval, Diocese e Homicídios
(1) Terminada a Festividade, observamos: Não há mais espaços
nos arredores da Matriz. É preciso indenizar imóveis, para localizar os
“brinquedos”, baiúca e similares, os quais entopem os espaços dos romeiros, provocando
reclamações e muita irritação. Assim se evitariam vibrações que prejudicam a
estrutura do famoso templo, e aquele visual de favela e babel.
Necessário também: redução do palanque e seu som violento;
limpeza permanente do arraial; nada de vendas sobre as calçadas e na beira das
ruas, localizando-se a feira numa projeção do cais sobre o rio; ordenamento
geral do caótico trânsito, com sinalização, fiscalização, descarga de caminhões
em horário determinado e aplicação de lombadas na Av. Marcionilo Alves e Trav.
Vilhena Alves, juntando as forças do DEMUTRAN e das POLÍCIAS; finalmente, se
possível, indenização de imóveis ou parte deles, onde a corda dobra a esquina,
evitando-se mais acidente. Para isso aplica-se o lucro do Círio nos 15 dias, a
coleta popular e o que dispuser o governo (federal???), do estado e do nosso
Município.
(2) VISÃO ESTREITA – Estarreceu-me a declaração de uma
visitante: - “A Vigia só é conhecida lá fora pelo Carnaval.” Essa desconhece as
fontes históricas e religiosas. Mostra a visão estreita de quem pouco ou nada
sabe e muito fala. Cristo já detectou os que têm ouvidos para ouvir e não
ouvem. Ou, diríamos: os que falam ou realizam sem consultar os que estudaram,
estudam e conhecem. Lamentável.
(3) PELA DIOCESE DO SALGADO – Nossa Festividade, tempo de
encontro e comunhão dos aqui residentes e romeiros, em torno da Fé, jamais
deixará de ser a data mais importante do Município e da Paróquia, pois foi aqui
que o Círio nasceu, firmou-se e se expandiu para outras capitais brasileiras,
como Belém, Rio e Brasília.
Que nossa padroeira inspire o amado papa Francisco, a fim de
que revitalize nossa Religião, confirmando muitos novos bispos e que um deles
venha dirigir a DIOCESSE DO SALGADO com sede em nossa paróquia. Sem orgulho.
Esta seria um ato de justiça aos nossos 400 ANOS e ao fervor religioso dedicado
à Senhora de Nazaré, a aproximadamente 350 anos.
(4) “CINCO DE AGOSTO”: GLÓRIA E TRISTEZA – Nossa querida
“Cinco de Agosto” festeja, com sessão solene, os 142 anos, dia 1º de outubro,
terça. E convida professores, estudantes e amigos a visitarem sua sede à Praça
da Matriz, para conhecer o auditório climatizado, a biblioteca e arquivos
organizados, a sala de computação, e livros de autores vigienses à venda.
Lamenta-se apenas que o jornal do Círio não tenha saído. As
despesas de impressão (R$ 1.400,00) impediram isso. Teríamos que vender o
jornal a 2 REAIS. Seria ou não prejuízo certo?
(5) Lamentáveis os homicídios recentes. E o fratricídio que
vitimou nosso amigo BERICO. Eu, jovem (anos 60/70) vi bastante porrada. Mas era
no braço, de homem para homem. Criminoso apodrecia na prisão. Agora, até
moleque assaltam à faca, e a luz do dia. E os homicídios parecem ter o Diabo
como advogado: passam um tempinho presos e logo estão circulando nas ruas,
armados, ameaçando a sociedade e escarrando na justiça. Pode?
Texto de José Ildone
Favacho Soeiro. From Vigia de Nazaré-PA
Poeta e escritor,
membro da Academia Paraense de Letras – cadeira 31